Como montar simulados personalizados para concursos

Estudar teoria e resolver questões são etapas fundamentais na preparação para concursos públicos. Mas existe uma etapa que muitos concurseiros negligenciam — e que pode fazer uma enorme diferença no desempenho final: os simulados.

Mais do que um simples treino, o simulado simula (como o nome já diz) as condições reais da prova, ajudando você a desenvolver resistência, administrar o tempo, identificar suas falhas e medir a evolução.

E o melhor: você pode montar seus próprios simulados personalizados, de acordo com o edital e com o seu plano de estudos. Neste artigo, você vai aprender como criar simulados eficazes, com foco no seu concurso, banca e necessidades específicas.

Por que fazer simulados é tão importante?

Muita gente estuda durante meses, mas na hora da prova se surpreende com o nervosismo, o cansaço mental e a dificuldade de administrar o tempo. Isso acontece, muitas vezes, por falta de prática em condições semelhantes às da prova real.

Os simulados ajudam a:

  • Testar o tempo de resolução
  • Reproduzir o cansaço mental da prova
  • Aprender a lidar com pressão e ansiedade
  • Medir sua evolução com dados concretos
  • Identificar as disciplinas com maior número de erros
  • Treinar a leitura e interpretação de enunciados longos
  • Corrigir erros estratégicos (como chutar questões fáceis por falta de tempo)

Ou seja, é um dos melhores termômetros da sua preparação.

Qual é o momento certo para começar a fazer simulados?

Ao contrário do que muitos pensam, você não precisa esperar “terminar o conteúdo” para começar a fazer simulados. O ideal é incluir essa prática desde as fases iniciais do seu planejamento.

Veja uma sugestão de progressão:

  • 1º mês: estude teoria + faça questões isoladas
  • 2º mês: continue a teoria + comece pequenos simulados de 10 a 20 questões
  • 3º mês em diante: simulado completo a cada 15 dias
  • Últimos 2 meses antes da prova: simulado semanal

A ideia é que você vá aumentando a carga e a complexidade com o tempo, até chegar ao formato mais próximo possível da prova real.

Como montar um simulado personalizado passo a passo

1. Escolha o concurso ou área de foco

O primeiro passo é ter clareza sobre qual concurso você está estudando — ou, ao menos, qual área.

Por exemplo:

  • Área administrativa
  • Área policial
  • Tribunais
  • Bancária
  • Fiscal
  • Saúde
  • Educação

Isso define as disciplinas e o estilo das questões que você vai usar.

2. Identifique a banca organizadora

Cada banca tem um estilo próprio, e isso precisa ser considerado na hora de montar o simulado. Veja os perfis mais comuns:

  • Cebraspe (Cespe): questões de “certo ou errado”, textos longos, foco literal
  • FGV: questões densas, interpretação e contextualização
  • FCC: linguagem técnica, foco jurídico
  • Vunesp: perguntas diretas, com alternativas bem elaboradas
  • IBFC, IADES, AOCP: estilo mais tradicional, com cobrança direta da teoria

Monte seus simulados com questões da mesma banca ou de bancas com estilo semelhante.

3. Defina a estrutura do simulado

Baseie-se no último edital do concurso desejado. Se ainda não há edital, use um concurso semelhante para se guiar.

Você deve definir:

  • Quantidade total de questões
  • Número de questões por disciplina
  • Tempo total de prova
  • Se haverá redação (no caso de provas discursivas)

Exemplo de estrutura (concurso de nível médio – área administrativa):

  • Português – 10 questões
  • Matemática e raciocínio lógico – 10 questões
  • Informática – 5 questões
  • Atualidades – 5 questões
  • Direito Constitucional – 5 questões
  • Direito Administrativo – 5 questões
  • Tempo total: 2h30

Adapte a estrutura de acordo com sua realidade.

4. Escolha questões de provas anteriores

Evite usar questões inventadas ou simuladas sem referência real. Dê preferência para questões de concursos anteriores da mesma banca, de preferência dos últimos 5 anos.

Plataformas confiáveis:

  • QConcursos
  • TEC Concursos
  • Estude Grátis
  • A Casa do Concurseiro
  • Nova Concursos (blog)

Você pode usar o filtro por disciplina, assunto, ano e banca para montar simulados bem direcionados.

5. Crie uma folha de respostas e controle de tempo

Ao montar o simulado, reproduza as condições reais da prova:

  • Ambiente silencioso
  • Sem pausas para celular ou redes sociais
  • Cronômetro ligado
  • Folha de respostas (simule o cartão de respostas, se possível)

Isso ajuda o seu cérebro a se acostumar com a pressão do tempo e com a postura exigida no dia da prova.

6. Corrija com calma e analise os erros

Depois do simulado, não basta ver quantas questões acertou. É essencial analisar os erros e entender por que errou.

Pergunte-se:

  • Era uma matéria que eu ainda não estudei?
  • Errei por distração ou falta de atenção ao enunciado?
  • Marquei a resposta certa, mas mudei de última hora?
  • Errei por não saber o conteúdo ou por interpretar mal?

Essas respostas vão te mostrar onde está o problema — e como corrigi-lo.

7. Registre seus resultados

Use uma planilha, caderno ou aplicativo para anotar:

  • Data do simulado
  • Total de questões
  • Total de acertos
  • Nota percentual
  • Disciplinas com maior número de erros
  • Tempo total gasto

Com esses dados, você poderá acompanhar a evolução ao longo das semanas.

Como corrigir os erros mais comuns nos simulados?

Erro 1: Excesso de erros por cansaço no final da prova
→ Treine sua resistência. Comece fazendo simulados curtos e vá aumentando gradualmente. Melhore sua rotina de sono e alimentação.

Erro 2: Perder tempo em questões muito difíceis
→ Aprenda a “pular” questões e voltar depois. Treine gestão de tempo e aprenda a identificar quando vale a pena insistir ou seguir em frente.

Erro 3: Marcar a alternativa errada por distração
→ Leia o enunciado com calma. Destaque palavras como “exceto”, “correta”, “incorreta”. Evite responder por impulso.

Erro 4: Não revisar o simulado
→ Após a prova, reserve tempo para revisar TODAS as questões, inclusive as que acertou. Aprenda com os erros e fixe o conhecimento.

Dica extra: monte simulados temáticos

Além dos simulados gerais, é interessante montar simulados temáticos, focando em:

  • Apenas uma disciplina (ex: simulado só de português)
  • Só questões da banca FGV
  • Questões com textos longos (para treinar interpretação)
  • Questões de atualidades do último ano
  • Simulados discursivos (para treinar redação)

Isso ajuda a reforçar pontos fracos e acelerar a evolução em áreas específicas.

Como incluir simulados no seu plano de estudos

Veja uma sugestão de calendário:

  • 1 simulado completo a cada 15 dias
  • 1 simulado temático por semana (30 a 40 questões)
  • Revisão dos erros nos dias seguintes
  • Simulado discursivo uma vez por mês

Nos dois meses que antecedem a prova real, intensifique:

  • Faça simulado completo toda semana
  • Reproduza as condições reais (tempo cronometrado, ambiente controlado)
  • Simule até mesmo o uso do cartão de resposta (marcar bolinha, etc.)

Conclusão: simulado é treino de verdade

Se você quer passar em concurso público, precisa entender que estudar não é só ler teoria e fazer questões aleatórias. É preciso treinar seu cérebro para o formato da prova real. E isso se faz com simulados.

Ao montar simulados personalizados, você:

  • Estuda com foco no seu edital
  • Aprende a controlar o tempo
  • Desenvolve resistência mental
  • Descobre onde está errando
  • Ganha confiança para o dia da prova

Não deixe os simulados para o final da preparação. Comece hoje, mesmo com poucos conteúdos estudados. O mais importante é treinar, revisar e ajustar o plano conforme os resultados.

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